Trump sugere que tarifas podem reduzir ou até eliminar imposto de renda nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as tarifas de importação aplicadas contra diversos parceiros comerciais podem abrir espaço para reduzir, ou até eliminar, o imposto de renda dos norte-americanos. A declaração foi feita neste domingo (27) em seu perfil na rede Truth Social, sem apresentação de detalhes técnicos ou explicações adicionais.
Segundo Trump, a proposta teria como foco beneficiar principalmente cidadãos que ganham menos de US$ 200 mil por ano. “Quando as tarifas entrarem em vigor, o imposto de renda poderá ser substancialmente reduzido, talvez até completamente eliminado”, publicou o presidente. Ele também afirmou que a economia já sente os efeitos positivos, com novos empregos sendo criados e fábricas em construção.
A ideia defendida por Trump é que o aumento nas tarifas de importação elevaria significativamente a arrecadação do governo dos EUA, permitindo uma redução de impostos sobre pessoas físicas e estimulando o consumo interno. Especialistas, porém, alertam que a estratégia pode gerar efeitos colaterais graves, como aumento da inflação e elevação dos juros pelo Federal Reserve.
Impactos econômicos e guerra comercial com a China
Economistas vêm apontando que tarifas sobre importações podem encarecer produtos e insumos, pressionando os preços e impactando diretamente o bolso do consumidor americano. Esse movimento inflacionário poderia obrigar o Fed a subir novamente as taxas de juros, o que resultaria em desaceleração da economia — anulando os possíveis efeitos positivos de uma redução tributária.
As novas tarifas anunciadas por Trump em abril focam especialmente na China, um dos principais parceiros comerciais dos EUA. Em resposta, o governo chinês elevou suas tarifas sobre produtos americanos, aumentando as tensões da guerra comercial entre os dois países.
Um comunicado recente da Casa Branca indicou que produtos chineses poderiam enfrentar tarifas de até 245%, embora o documento inicial não detalhasse como o cálculo foi feito. A medida gerou reações imediatas do governo chinês, que acusou os EUA de aumentar a instabilidade no comércio internacional.
Negociações e incertezas no cenário global
Apesar das tensões, recentes sinalizações indicam que Washington e Pequim podem buscar uma trégua. Trump afirmou que autoridades chinesas teriam feito contato para negociar tarifas, enquanto investidores demonstraram otimismo com informações de que a China estaria suspendendo tarifas sobre alguns produtos norte-americanos. No entanto, o governo chinês oficialmente negou que tais conversas tenham ocorrido.
Paralelamente, Trump mencionou que negociações comerciais com outros parceiros internacionais estão avançadas, prometendo anunciar em breve novos acordos — sem, contudo, revelar detalhes.
Enquanto isso, especialistas como Carlos Frederico Coelho, professor da PUC-RJ e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, alertam para o risco de uma inflação global como consequência direta do protecionismo norte-americano.
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